30 junho 2010

27/04/2009


 
Enquanto atravesso o átrio da estação começo a sentir o coração a bater rápido, pensei "que raio ... ainda nem comecei a subir as escadas ...", quando início a subida do 1º lance de escadas vejo-te de imediato lá em cima, passo por ti e entre um sorriso rasgado e palavras surdas enquanto dizes olá, respondo-te com um bom dia estupendo.

Chego ao topo, como de costumo e fico a observar-te e tu de repente desapareces e fazes um pequeno sinal que eu não entendo ... franzo a testa. Passas por baixo do túnel e voltas a aparecer-me no outro lado da estrada, fico amedrontada, já sei que vens falar comigo e saio do suposto caminho por onde vais passar.

Mesmo assim não evito que me faças sinal que queres falar comigo e dizes-me que vais no bus das 12.30 e então respondo-te "eu hoje não vou no autocarro". Já tinhas começado a descer e voltas para trás, estabelecemos um pequeno diálogo de 30 segundos, ignorei tudo e todos à minha volta, pareceu-me que fizeste o mesmo. Perguntas "e a que horas costumas ir?" ... e eu justifico que só vou de bus quando não tenho boleia. Sorris e baixinho dizes "vemo-nos por aí" ao que eu respondo com um "tchau". Enquanto te vejo a descer as escadas fico com a tua voz doce e suave nos meus ouvidos e reparo que estou tranquila, até agora estou a gostar da abordagem.

Ora bem ... começou uma nova fase, já sei que nos vamos falar muitas vezes, estou desejosa para ouvir o que me tens para contar, quero contar-te tanta coisa, penso eu ... mas estou certa que aquele primeira magia já se perdeu com este abordar, aquele mistério do "quem és tu ... o que fazes por aqui", mas é assim perder-se umas coisas, ganham-se outras. O importante é viver e apreciar o que se vive.



Sem comentários:

Enviar um comentário